Nossa História

  • O começo

    A família Sandi herdou a tradição do cultivo de uvas e produção de vinhos de seus antepassados italianos, que migraram para o Brasil em meados do século XIX, oriundos da região de Feltre, na Itália, e se estabeleceram na Serra Gaúcha, mais precisamente no distrito de Otávio Rocha, município de Flores da Cunha, onde cultivavam milho, trigo, uva e produziam seus vinhos.

  • Década de 30

    No início da década de 30, Luiz Antônio Sandi e dois de seus irmãos, foram atraídos ao Paraná, onde as terras eram baratas e abundantes à época.

  • Três colônias de terras

    Adquiriram na ocasião, da empresa Colonizadora Santa Bárbara, três “colônias” de terras (era como se chamava na época). Naquele tempo, Bituruna ainda pertencia ao município de Palmas.

    Fato curioso: as colônias foram compradas no mapa, escolhidas a dedo. Luiz Sandi, como era o mais velho, foi o primeiro a escolher.

    No mesmo ano, os três irmãos vieram ao Paraná para conhecer as suas “colônias”. Chegaram com grandes dificuldades, pois necessitaram adentrar a vastidão de matas virgens que recobriam a região, abrindo picadas à foice e facão. Mas ao chegar ficaram muito satisfeitos, pois, as terras que encontraram eram férteis e parecidas com as da sua terra natal, propícias para o cultivo de milho, trigo e uva.

    Anos depois, os dois irmãos retornaram para sua terra natal, ficando apenas Luiz para fincar as raízes com sua família em terras biturunenses.

  • A viagem

    Luiz Sandi, no ano seguinte, 1933, casa-se com Assunta Vens e partem ambos definitivamente em direção à Bituruna, trazendo em suas bagagens algumas peças de roupas, ferramentas de trabalho, sementes e mudas de parreiras. Foi uma viagem muito penosa. Eles viajaram de trem desde a Serra Gaúcha até União da Vitória, em seguida viajaram de barco pelo rio Iguaçu até Porto Vitória, e por fim, percorrendo mais 45 km a cavalo até Bituruna.

  • Primeiro Vinhedo

    Ao chegar, tiveram logo que desbravar a mata para o plantio do seu sustento. Construíram a primeira residência com tábuas de pinheiro lascadas a machado e cunha e coberta de tabuinhas, também de pinheiro lascado.

    Logo derrubaram um pedaço de mata, onde existiam muitas cabriúvas, o que era sinal de terra boa. Foi ali que implantaram o primeiro vinhedo com um hectare de uvas, das variedades Isabel, Bordô e Jacquêz.

  • Trabalho em família

    Luiz e Assunta tiveram 11 filhos ao longo de suas vidas, sendo que um veio a falecer ainda criança, e todos os outros passaram a ajudá-los no trabalho do campo. Inicialmente a família produzia um pouco de vinho para seu consumo, parte do excedente de uvas era vendido in natura em União da Vitória e para uma empresa de São Paulo, e a outra parte para a vinícola Missal estabelecida no centro da cidade.

  • As dificuldades

    Em 1970, esta vinícola veio a falir, e a família Sandi ficou sem receber o valor correspondente a 30 toneladas de uvas, recebendo como pagamento apenas uma torneira de cobre, que está guardada até hoje pela família. Esse acontecimento gerou grande dificuldade, pois a venda da uva correspondia à boa parte do sustento da família.

  • Há males que vem para o bem

    Mas, como diz o ditado, “há males que vem para o bem”. A partir de então, toda a produção passou a ser transformada em vinho na propriedade da família. Sendo que a comercialização dos vinhos era realizada na própria vinícola e nos municípios vizinhos, a granel e em garrafões.

    O nono Luiz Sandi era habilidoso marceneiro, carpinteiro e ferreiro. Era ele quem fabricava as máquinas e as barricas para fermentação e armazenamento do vinho; fazia suas carroças e outras ferramentas de trabalho; tudo em uma pequena fábrica movida por uma roda d’água, que também gerava energia para carregar as baterias e fazer funcionar o rádio e as lâmpadas.

  • De pai para filho

    A arte da marcenaria e a tradição na produção de uvas e vinhos não ficaram restritas somente ao Sr. Luiz, foram repassadas também aos seus filhos, Alcides, Pedro e Genésio, sendo que o Sr. Genésio foi quem herdou a propriedade de 17 alqueires a fim de dar continuidade aos trabalhos.

    No ano de 1972, Genésio Sandi casou-se com Terezinha Azeredo, de origem alemã, natural da comunidade de Porto Almeida no município de União da Vitória. Tiveram quatro filhos que foram crescendo e ajudando os pais e os avós na lida.

  • Ampliação e modernização da produção

    Até o ano de 2001 a produção era de 35 a 40 mil litros de vinhos por ano, e o vinho era comercializado em garrafões, a maioria na própria vinícola. A partir de 2002, com o incentivo da administração municipal e Emater, a família passa a investir na implantação de novos vinhedos e na produção de novas variedades de uvas, posteriormente vindo a produzir também vinhos finos. Investiram também na aquisição de novos equipamentos para facilitar e modernizar a produção da uva e do vinho.

  • Vinícola Di Sandi Ltda

    Em 2002 é fundada a empresa Vinícola Di Sandi Ltda, passando a comercializar vinhos em garrafa, com marcas registradas e rótulos aprimorados.

    Com a necessidade de mão de obra qualificada, Genésio e Terezinha se preocuparam com a formação dos filhos, sendo que cada um foi buscar qualificação na sua área de atuação. Em 2005, o terceiro filho do casal, Douglas, se formou em Enologia na Escola Agrotécnica Federal, Juscelino Kubitschek em Bento Gonçalves-RS, para que pudesse dar suporte técnico à produção dos vinhos, mas, pouco tempo depois, em maio de 2008, aos 21 anos de idade, veio a falecer subitamente de causas naturais.

  • Dias atuais

    Atualmente, a empresa é administrada pelos três filhos do casal, Adilson, Everton e Cris, e o Sr. Genésio e a Sra. Terezinha, ainda trabalham com invejável disposição.

    A vinícola atualmente possui produção própria de oito hectares de uvas e também conta com mais cinco famílias parceiras, e vem ampliando seu portfolio, sempre tendo os quesitos qualidade e honestidade como princípio, colocando em primeiro lugar a consideração e respeito ao consumidor.

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